EDUCAR É UM EXERCÍCIO MÁGICO

Por Professor Lilo Dorneles

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RESUMO

Esse artigo tem o propósito de lançar o olhar acerca do encantamento e da magia no ambiente educacional.

A cortina de fundo desse estudo será a arte mágica, como metáfora de transformação da vida. Para isso, vai se refletir sobre os vilões que matam a utopia, o espetáculo e a magia daqueles que adentram esse grande palco chamado escola. Onde por vezes, se encontram crianças e adultos que já não acreditam mais na ilusão e no poder da imaginação.

Na figura da “varinha mágica”, pensar-se-á nos sonhos e desejos que habitam esse imaginário. Já na arte do impossível resgata-se o entendimento acerca da crença na mágica que acontece na mente e no coração das pessoas, ao se deparar com momentos especiais.

Na sequência, desvendando os segredos, aborda a importância do sigilo enquanto mistério que instiga, provoca e desperta o interesse em querer saber, descobrir e construir hipóteses que levam ao conhecimento. Ao abrir as cortinas é hora de fazer o show. Como será a performance do artista na frente dos alunos? Sua postura, atitudes, a motivação e a qualidade do seu conteúdo, farão diferença nesse momento, pois, é quando as coisas de fato acontecem.

Portanto, EDUCAR COMO EXERCÍCIO MÁGICO é Quando o mundo de alguém se tornou melhor, porque enquanto professores produziu-se a mágica da vida, ao fazê-lo acreditar em si e no seu poder de mudança.

Palavras-chave: Arte Mágica, Educação, Encantamento, Ensino.

INTRODUÇÃO

Ao perguntar às professoras e aos professores – O que é MÁGICA? – O que essa palavra te lembra?

Imediatamente alguns termos começam a ser pronunciados e um brilho nos olhos lança luz sobre as lembranças, remetendo há um tempo e uma fase da vida guardada num lugar muito especial. São resquícios de uma época marcante. Relações de acontecimentos diversos e sensações que se tornaram inesquecíveis.

Em resposta a essas perguntas são relacionadas expressões como: Alegria – mistério – desafio – criatividade – riso – infância – surpresa – encantamento – ilusão – fantasia – excelência – satisfação – disciplina – concentração – treinamento – habilidade – truque – vida- imaginação – aprendizado e muitas outras falas que de forma geral, despertam emoções inexplicáveis e resgatam memórias fantásticas.

São manifestações que retratam o sentido de poiésis, ou seja, atividade criativa, um fazer educação de forma a estimular leituras diversas nos caminhos da vida, da construção histórica e do protagonismo nas escolhas que cada sujeito precisa empreender no cotidiano.

São palavras mágicas que apontam caminhos pelos quais os alunos serão conduzidos no seu tempo/espaço educacional, encontrando mais sentido e interesse nos estudos, nas relações construídas e nas descobertas do conhecimento.

Por outro lado, onde o ambiente escola não materializa os estímulos representados naquelas palavras, em que a metáfora da mágica se sustenta, ficará o vazio de significados e de motivação.

E o que seria Ilusão?

Buscando uma definição de sua origem, vê-se que, ilusão, vem da palavra latina illusio. Esta, por sua vez deriva de ludere e illudere, cujo significado é jogar, transpor. Em sua gênese, o termo se liga a ideia de jogo, de lúdico e de transposição, capacidades inerentes ao homem, responsáveis pelo desenvolvimento de sua linguagem, da comunicação e de sua sobrevivência. Conforme o pesquisador Harada 2012, liga-se também à capacidade imaginativa, pela qual é possível agir e viver sob o regime do “como se”. Ou seja, algo que poderá vir a ser. Pois tal capacidade envolve a criação de expectativas e a transposição de funções e significados em toda e qualquer experiência. Onde a capacidade de jogar e se iludir são inerentes à própria constituição do pensamento (p. 95).

CAMINHOS PERCORRIDOS

Nesse ponto, surge a problemática que esse estudo vai tentar refletir; Porque a escola vem perdendo a magia e o encantamento com o passar do tempo?

O objetivo geral desse trabalho foi fazer um paralelo entre educação e a arte mágica, ajustando o foco para o potencial de transformação e encantamento dessas duas artes.

E os objetivos específicos que nortearam essa caminhada foram; Utilizar a mágica como metáfora para pensar a educação de forma criativa. Resgatar o olhar sobre o poder transformador da educação.

Esse trabalho seguiu os rumos direcionados pela pesquisa qualitativa, onde é importante saber, que essa linha de pesquisa assume diferentes significados no campo filosófico e das ciências sociais,

[…] a pesquisa qualitativa tem suas raízes nas práticas desenvolvidas pelos antropólogos, primeiro e, em seguida pelos sociólogos em seus estudos sobre a vida em comunidades. Só posteriormente irrompeu na investigação educacional. (TRIVIÑOS 1987, p.120)

Portanto, entre os autores que embasaram as reflexões estão, Ricardo Harada, Rubem Alves, Manzioli, Freire e outros.

ALGUNS VILÕES DA MAGIA NA EDUCAÇÃO

Os professores e professoras têm vivido dias difíceis profissionalmente.

O ruído nas salas de aula está cada vez pior. Alunos se agridem, falam palavrões e não demonstram o menor respeito ao profissional que está em sala, salvo algumas exceções.

Assim como desde os primórdios, as crianças brincam reproduzindo o seu dia-a-dia, na contemporaneidade, onde a violência está expressa cotidianamente nas mídias, a convivência com a corrupção, o crime e com as drogas passa a ser entendida como normal e corriqueira. Nas escolas, as crianças reproduzem em suas brincadeiras, comportamentos que imperam na sociedade atual e que estão acostumadas assistir diariamente em seus programas favoritos, ou nos jogos online, carregados de uma grande dose de violência e agressão. O que acaba indo as vias de fato, nas instituições de forma intensa contra professores e colegas.

Percebe-se também, a falta de interesse em aprender e prestar atenção ao conteúdo que está sendo trabalhado em sala. Esse comportamento destorcido provoca um desgaste e exige cada vez mais energia dos profissionais.

Não bastasse isso, a influencia das tecnologias moveis, ao mesmo tempo que abrem portas para o mundo, facilitam a pesquisa e a comunicação, tem se tornado um vilão dentro e fora das salas de aula. Tira-os do foco, seduz para as ideias rápidas e prontas. Conforme Kerber 2009, este será o século do paradoxo da informação. “Temos alta combinação de informação e baixa capacidade de pensar criticamente” (p. 76). Este autor aponta que os alunos contemporâneos,

Serão homens que não saberão pensar, duvidar, criticar as convenções do conhecimento, transformar o conhecimento vigente, interpretar criticamente os fenômenos, produzir ideias com originalidade, preservar os direitos humanos, repensar a si mesmo, reciclar o autoritarismo e a rigidez intelectual. (Kerber 2009, p. 76).

Pois os alunos de forma geral tem demonstrado certa dependência desses equipamentos e principalmente da conexão com a internet. É uma geração muito hábil nos teclados, mas que tem grande dificuldade em interpretar comportamentos alheios quando estão frente a frente.

É preciso problematizar o uso das tecnologias, propondo a transição para uma consciência mais critica em relação a isso.

Tem ainda o tema recorrente da desvalorização profissional. O fato de que os professores precisam cumprir uma carga horária cada vez maior, trabalhando em várias escolas na busca de melhorar seus salários, para dar conta de atender seus compromissos e oferecer uma vida digna aos seus familiares.

 A VARINHA MÁGICA

 Quem não sonhava quando criança com a varinha mágica para apontar, aparecer, desaparecer, transformar coisas e fazer fatos incríveis acontecerem?

Com certeza essa fantasia habita o imaginário das infâncias, pois é a fase mais criativa do ser humano, quando a criança pega um objeto qualquer e transforma em tantas outras coisas apenas usando a sua imaginação. Essa passa a ser a sua realidade e a sua verdade. O universo totalmente lúdico, brincalhão e ao mesmo tempo sério, é em essência a vida da criança. Portanto o mundo em que ela vive, é mágico por natureza.

Produzir educação é parte dos sonhos dos magos da vida. Após ter cumprido a primeira etapa dessa preparação profissional que é a formação em determinada área do conhecimento, nos vemos dentro de uma sala de aula e sonhamos com alunos ávidos por ouvir os aprendizados que serão compartilhados.

Imaginamos estudantes participativos, produtivos, tecendo comentários do quanto gostam das aulas. Além de ver a turma empenhada, realizando as atividades, senti-los felizes e engajados nas propostas, é o que almejamos enquanto professores.

Outro sonho importante que mostra a direção para apontar a varinha mágica é sobre o reconhecimento da sociedade em relação à nobreza da profissão, esse, talvez seja o maior desejo de todos. Queremos ser vistos como alguém capaz de transformar realidades, tanto individuais, quanto coletivas. Mudar a mentalidade de uma pequena comunidade, ou de uma nação e ter o mérito de nossa função respeitada por todos.

Seria muito bom, se uma varinha mágica conseguisse com apenas um toque potencializar esses desejos e sonhos.

Embora saibamos que não é tão simples, continuamos cheios de esperança. Conscientes que, como diz Paulo Freire, ter esperança não significa cruzar os braços e esperar. A varinha mágica sozinha não faz a mágica acontecer. É preciso a habilidade do mágico, bem como seus conhecimentos e domínio sobre a arte para que o efeito aconteça. Nesse contexto, a mágica passa a ser real. O encanto se da diante dos olhos da plateia que fica surpreendida.

Assim é no dia a dia da educação. A mágica vai acontecendo lentamente e quando percebe, a aprendizagem se deu. Num abracadabra, num passe de mágica que poderá levar um ano, ou vários anos, com dedicação dos mestres, por vezes até com sofrimento em suportar a pressão. E quando a vontade de desistir aparecer precisa persistir um pouco mais nessa magia da vida. Que é real e verdadeira, como uma nova etapa para o sujeito que constrói o conhecimento que poderá mudara sua história, tornando-se fascinante.

É aquele momento que o aluno descobre que está aprendendo. Que da o “start” e ele vibra: – Ah! Agora eu sei! Pronto, a varinha mágica funcionou. Nesse caso, às vezes até se perde a noção do tempo. Na verdade, durante o momento mágico o tempo perde sentidos e por instantes deixa de existir. Passa a ser um presente muito especial, porém frágil na medida em que escapa veloz, como escreveu Quintana no seu poema seiscentos e sessenta e seis, quando se vê, ele já passou.

A ARTE DO IMPOSSÍVEL

Em mais de 5.000 anos de história, a mágica é vista como a arte do impossível, Pois ela “rompe com as vicissitudes da vida ordinária, justamente por realizar o impossível”.(Harada 2012), o que é ousadamente concretizado por meio da ilusão. Essa palavra está intimamente ligada aos sonhos, às fantasias humanas e porque não com aquela que é o verdadeiro tapete mágico. A imaginação.

Na mágica, tudo o que acontece está na dimensão da arte, dessa forma, sob o controle total do artista. Pois a arte do mágico reside na sua inteligência e no modo como articula as situações para produzir a ilusão do impossível.

O pesquisador Harada afirma em sua tese que para produzir assombro e maravilha diante de um “milagre”, a mecânica e a engenhosidade devem ser obrigatoriamente invisíveis (p.22). Pois a casos em que a mecânica é tão genial que acaba chamando mais a atenção do que o próprio efeito. No caso da arte mágica, o detalhe desconhecido, é a causa do fascínio e da admiração. É o desafio do incompreensível.

A partir do século XVII a arte mágica começa a se distanciar da referência com bruxaria, os artistas passam a fazer uso dos movimentos da era das luzes, aproximando-se com os homens do racionalismo e da ciência. Saindo das ruas e frequentando os ambientes fechados.

Porém, engana-se quem pensa que aprender mágica e realizar um espetáculo se da na ilusão. Pelo contrário, é trabalho duro, disciplina, persistência e criatividade. Além de outras habilidades e esforços necessários.

Para se tornar um grande mágico, talento é importante sim, mas o olhar a dedicação e o treinamento fazem toda a diferença.  “Quando não conseguimos ver com clareza como a experiência e o treinamento levaram uma pessoa há um nível de excelência acima da média, nossa reação automática é declarar que essa pessoa tem um dom inato”. (Duckworth 2016, P. 49).

Essa autora, em seu livro Garra, afirma ainda que, desempenho e trabalho árduo, no fim das contas são mais importantes que capacidade intelectual (P. 33). Pois na verdade, com muito trabalho e dedicação é que se conquista um bom capital cognitivo.

O Mágico David Blaine, em uma entrevista, explicou emocionado o seguinte:

“Como mágico tento mostrar as pessoas coisas que parecem impossíveis e acho que a mágica é muito simples, seja ela prender a respiração ou embaralhar cartas. É prática – treino (soluços) experimentação (soluços) enquanto suporto o sofrimento para ser o melhor que posso. Isso é o que a mágica é pra mim”. (Livro Garra 2016, P. 136)

De certa forma, se tornar referência no exercício profissional, não vai se dar num passe de mágicas. Independente da atividade profissional, mas principalmente na educação, suportar a pressão gera um sofrimento capaz de preparar o profissional para a excelência e resultados eficazes. Entendendo essa postura, a mágica acontece. Ou seja, aquilo que parecia impossível no primeiro momento, transforma-se em algo real. Vidas sendo transformadas pelo poder mágico do processo ensino/aprendizagem.

DESVENDANDO OS SEGREDOS

Em certos casos, professores tornam-se seres imortais. Como afirma o Rubem Alves. “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais…” (Alves, 94 Pag. 04).

É quando acreditamos no poder transformador da profissão que os nossos ensinamentos perpassam as gerações e deixamos um legado para a humanidade.

Harada diz ainda que “o discurso da Arte Mágica se pauta em três aspectos gerais, em torno dos quais gravita seu imaginário e sua poética: o impossível, a ilusão e o secreto”(2012).

Na Educação assim como na Mágica, o impossível está na dimensão do incompreensível, que desafia a capacidade de raciocínio lógico dos espectadores, chegando a gerar um estado de tensão, insegurança e incerteza acerca daquilo que seus olhos veem. Nessa dimensão está o proibido desejado. É onde está a pergunta: PORQUE NÃO?

Já a ilusão remete as fantasias, a criatividade e ao sonho. Aquilo que move o ser humano como o momento da infância protegida no coração de cada sujeito, possibilitando-o a transformações incríveis, como virar um super herói, fazer de um pedacinho de madeira, brinquedos e brincadeiras fantásticas por horas sem fim, que alimentam a alegria e os encantos da vida.

E por fim o secreto, que mantém viva a curiosidade, o mistério e as possibilidades ilimitadas em cada acontecimento. É aquilo que instiga e provoca.  Onde os devaneios da mente humana passeiam e brincam. Como no momento em que na infância, se procura algo que está escondido. Sabemos que está em algum lugar e não desistimos de procurar até encontrar. E quando se encontra! Eis a Mágica!

No livro Criando Magia, escrito por um alto executivo da Disney, ele relata um pequeno diálogo entre um médico e sua filha.

Pergunta o pai:

– Filha, o que você quer ser quando crescer?

– Professora papai.

O pai pondera:

– Mas querida, você não gostaria de ser médica, como eu? Os médicos são muito importantes. Se eles não existissem, muita gente ficaria doente e sofreria.

– Mas, papai, sem professores não haveria médicos! (Cockerell, 2009, p.124).

A cada vez que a cortina se abre e a aula começa, é essa visão que precisa se ter. Manifestar a grandiosidade e o empoderamento do ofício de professor. Não esquecendo o compromisso da qualificação e da excelência no seu fazer pedagógico.

É preciso superar o negativismo e o desanimo que tem imperado na profissão. É triste ver profissionais desmotivados, por vezes até falando de forma pejorativa de seu trabalho. Essa postura, no entanto, lança a função cada vez mais no abismo.

CONCLUSÃO

Há quem diga que mágica não existe. Há aqueles que já não acreditam mais na magia da vida. Geralmente são os sujeitos que se tornaram sérios demais para acreditar nessas coisas consideradas infantis, ou nas brincadeiras. Citando Rubem Alves,

Mágica não existe!

Mágica só existe nos contos de fadas.  Engano.

Mágica existe sim. Os contos de fadas falam a verdade.

A mágica é quando a palavra entra no corpo e o transforma.

Desde que nascemos, continuamente palavras vão sendo ditas, elas entram no nosso corpo e ele vai se transformando.  Virando outra coisa. Diferente do que era.

EDUCAÇÃO É ISTO. O processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. (Alves, 94 Pag. 27).

Para que o ensino surta seus efeitos, é preciso acreditar que o outro vai aprender. Por isso, a mágica acontece primeiro na mente e em seguida no coração das pessoas. É quando ela se sente tocada, desafiada e por fim encantada. Eis a aprendizagem! Eis a transformação! Eis a MÁGICA! Nesse sentido, temos que acreditar na possibilidade de resgatar o valor, a grandiosidade e a magia da arte de EDUCAR. E precisa começar por cada profissional que está dentro de uma escola. Afinal de contas, como diz Paulo Freire, “Se a Educação sozinha não pode transformar a sociedade, tão pouco sem ela a sociedade muda.” (Freire 1921-1997).

EDUCAR É UM EXERCÍCIO MÁGICO quando recebemos o abraço carinhoso de um aluno dizendo: Profe que saudade! Quando o mundo de alguém se tornou melhor, porque enquanto professores, produzimos a mágica em sua vida de fazê-lo acreditar em si e no seu poder de mudança.

EDUCAR É UM EXERCÍCIO MÁGICO quando como diz Comenius “que todos os homens sejam educados plenamente, em sua plena humanidade” (1965,p. 16). E educado em todos os aspectos: não para pompa e exibição, mas para a verdade, mais afetivos e sábios, racionais e honrados, verdadeiramente felizes e abençoados.

REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. A ALEGRIA DE ENSINAR. Editora Ars Poética. 1994, São Paulo.

COMENIUS, JA. Pampaedia. Heidelberg: Quelle & Meyer; 1965.

DUCKWORTH, Angela. Garra: O poder da paixão e da perseverança. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2016.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra S.A. 2000.

HARADA, Ricardo Godoy. A tentativa do impossível: A arte mágica como tentativa poética da cena teatral. Unicamp. Campinas, SP. 2012. (Tese de doutorado).

KERBER, Roberto. Espiritualidade nas empresas: uma possibilidade de humanização do trabalho. Porto Alegre, RS: AGE, 2009.

KOCKERELL, Lee. Criando Magia. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

MANCIOLI, Maurizio. O executivo artista: como suas habilidades artísticas podem mudar sua vida e o mundo corporativo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

QUINTANA, Mario. Nova Antologia Poética. 9. ed. São Paulo: Globo, 2003.

AUTOR

Pedagogo – Supervisão e Administração escolar – FEEVALE – Novo Hamburgo, ano 2000. SOCIOLOGIA, UNIP – Pós Graduação em Filosofia UCAM – Mágico profissional. Especialização em Biodança – Federation Internationale de Education Phisique/FIEP. Foi assessor da coordenação da subsecretaria do menor de Campo Bom, de 1989 a 1996 – órgão que coordena 21 núcleos de trabalhos com crianças – Educação Infantil e atividades extra classe com alunos de 0 a 14 anos. Implantação de trabalhos com meninos em situação de rua em Campo Bom. Pesquisador e escritor de 02 livros já publicados e de 2 CD’s com uma coletânea de músicas do folclore infantil e músicas para brincar. lilodorneles@gmail.comwww.educareumexerciciomagico.com.br

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

De acordo com Tolstoi, “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.” É fundamental o resgate do respeito, do afeto, do carinho, sobretudo do amor verdadeiro nas famílias. Uma sociedade melhor começa em casa. Cabe aos líderes da família, no caso o pai e a mãe, a responsabilidade de administrar essa instituição. O que nem sempre é muito fácil. Há pessoas que são exímios gerentes, gestores de empresas e tem muitas dificuldades para dirigir a sua própria casa, a sua família, o que muitas vezes acaba falindo. Percebe-se que cada vez mais o ser humano se distancia do afeto, não sabendo como lidar com esse sentimento. E o afeto é a principal metodologia de administração da principal instituição da vida humana. A FAMÍLIA.  Diferente de administrar um negócio, necessita de um profundo equilíbrio entre o coração e a razão.

Mesmo sendo parte uns dos outros, são seres muito diferentes convivendo intimamente, assim, por vezes não se compreendem não se conhecem e não conseguem lidar com os conflitos. Mesmo sendo famílias bem pequenas, composta por três pessoas em alguns casos, pai, mãe e um filho, não conseguem viver em harmonia e a turbulência toma conta das relações. A sociedade atual está em crise de paciência – ciência da paz – sentimento esse que é a base da compreensão entre sujeitos humanos, deixa se manipular pela pressa, mergulhando nas frustrações da velocidade no mundo pós-moderno e escutando cada vez menos uns aos outros.

O sentimento do egoísmo está em alta, “as minhas coisas…, o que eu tenho… os meus problemas…, o que eu faço…, o eu em primeiro lugar”, impede de compartilhar e permitir que o outro compartilhe as suas vivências, suas histórias e os seus saberes.  Impede o olhar para o outro exercitando com sensibilidade a compreensão do seu momento e de suas necessidades. Muitos pais, não tem tempo nem para si, que dirá para os filhos. Assim, torna-se mais fácil fazer todas as vontades do que educar, pois educar demanda dedicação, tempo e vínculo. Produzindo com essa postura, um sujeito que não consegue viver em mundo real, com sérios problemas de comportamento e muitos conflitos nas relações humanas, pois o mundo de quem desenvolveu a cultura do ter tudo na hora que quer, sem regras, sem disciplina e tendo de uma forma ou de outra as vontades atendidas, não está de acordo com a realidade. Aquilo que num primeiro momento, para os pais, poderia ser algo bom para os filhos, mais tarde acaba se convertendo em dificuldades, sofrimentos e decepções.

O Art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8069 de 1990, cita o seguinte: Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e Educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Portanto, cumprir com eficácia o papel de pai e mãe é lei, porém, o que deveria ser algo natural, com amorosidade, boa vontade e consciência, ainda precisa estar presente através de um artigo na legislação para que seja cumprido, evitando muitas vezes o abandono e o desleixo daqueles que deveriam proteger, cuidar e educar. Portando, ensinar os limites para as  crianças também é um gesto de amor, dar carinho e afeto é obrigação, é o papel dos pais.

Ensinar os filhos para serem vencedores, superar desafios com coragem e garra, não para serem melhores do que os outros, mas para que saibam usar da melhor maneira possível os seus próprios potenciais e habilidades, mesmo com todos os desafios que o dia a dia reserva, também fazem parte das tarefas dos progenitores. Prepará-los para que tenham consciência critica, saibam dizer não quando necessário e orientá-los é sempre o melhor caminho. A insegurança está em todos os lugares, os jovens naturalmente são ousados e muitas vezes o desafio de transgredir as regras passa ser fonte de superação e prazer.

A competitividade egoísta é o comportamento que impera e passa ser estimulado na sociedade, a mídia que entra diariamente nos lares, muda a cultura e os valores das pessoas, cria novas necessidades e convence os que não tem maturidade critica dos modismos que invadem as vidas, com um grande apelo visual, de forma sedutora e criando vícios e dependências precoces.

Quando as crianças dessas realidades não têm os seus desejos atendidos, sentem a frustração por não ter soluções fáceis para suas “necessidades”, buscando o refúgio nas drogas, nos furtos ou no crime. Portanto, Dialogar e compartilhar os desejos, sonhos, medos, conquistas, desafios, compromissos e responsabilidades. Trocar experiências, realizar atividades junto às crianças, na escola e em casa, construir laços de amizade e companheirismo para superar obstáculos e celebrar a vida é o melhor caminho para a família. Queremos uma sociedade melhor, pois é preciso começar em nossos corações e em seguida dentro de nossas casas. (Lilo Dorneles)

Contato com o autor: lilodorneles@gmail.com

SEMINÁRIO DE RECREAÇÃO INFANTIL – A arte de ensinar brincando

SEMINÁRIO DE RECREAÇÃO INFANTIL

A arte de ensinar brincando

As crianças e adolescentes de hoje, de forma geral, não sabem mais brincar. Tire-lhes os aparelhos eletrônicos e ficarão perdidos, sem saber o que fazer.

Segundo Garanhani (2002), o corpo em movimento constitui a matriz básica da aprendizagem infantil. Onde articular desafios, habilidades diversas e múltiplas, com movimentos expressivos e produção de variações de ideias já conhecidas, destravam processos criativos.

Como elemento integrador de um grupo, ou de uma equipe, o brincar pode ser o elo saudável que materializa a aproximação entre todos,

(…) é a brincadeira que é universal e que é a própria saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser a forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros. (WINNICOTT, 1975.p.63)

OBJETIVO DO CURSO

Exercitar o desenvolvimento integral  e humano, através de atividades  lúdicas e vivências sócio-afetivas, consolidando a alegria e o prazer de ensinar e aprender.  

PÚBLICO ALVO Professores pré-escolares e Ensino Fundamental; Recreacionistas; Estudantes de Magistério,  Acadêmicos dos Cursos de Ed. Física e Pedagogia.

  • Todos os profissionais que participaram desse curso, relataram que a mudança em suas metodologias foi imediata. As ideias trabalhadas no curso poderão ser aplicadas rapidamente, com as mais variadas idades.

REALIZAÇÃO

  • Dia: 17 de março (sábado)
  • Horário: 8h às 17h – Com coffe break e intervalo para o almoço.
  • Local: UNIP FOZ, Jardim Lancaster

MINISTRANTE: Professor Lilo Dorneles
Pedagogo – Pós em Filosofia – 2ª graduação em Letras – Provisionado em Educ. Física CREF/2 RG 3042- Foi assessor da Educação Infantil na SMEC de Campo Bom de 1989 a 1996 – Professor de Educação Infantil na FACICAB em Campo Bom – Ajudou Fundar e foi Coordenador do Espaço Lúdico Semente Mágica – Pesquisador e Escritor de 3 livros sobre o tema e dois CDs com músicas para brincar, fazendo um resgate do folclore infantil.

 

INSCRIÇÕES:

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Investimento: 

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  • Ou parcelado no cartão de crédito em até 10 X. ONLINE Pela SYMPLA.POUQUÍSSIMAS VAGAS… APROVEITE AGORA E TORNE-SE UMA PROFISSIONAL DIFERENCIADA.

O QUE VAMOS APRENDER NESSE CURSO…

  • Recreação, brincadeiras diversas e jogos folclóricos,
  • Resgatando os valores e a riqueza da ludicidade,
  • Atividades recreativas para festas, aulas, evangelização e diversão,
  • A arte mágica e a música como diferenciais para surpreender e encantar,
  • Músicas com movimentos e expressão corporal.
  • A motivação e o entusiasmo na animação,
  • 70% prático e 30% fundamentação teórica.

Será concedido Certificado de 10 horas aos participantes.

SERÁ QUE ESSE CURSO É PARA VOCÊ?

Imagine alunos e professores sorrindo ativamente, aproveitando o espaço disponível, tanto dentro da escola, como no pátio da mesma.

Imagine os alunos das escolas em pleno aprendizado enquanto brincam de rodas, todos de mãos dadas, sendo animados por você e manifestando a alegria na sua aula.

Visualize-se resgatando o folclore infantil em jogos muito divertidos, simples e prazerosos, onde além do conteúdo planejado, atingindo as diversas áreas do conhecimento, estarão sendo desenvolvidos saberes não contabilizáveis, como os valores humanos e os princípios que estão ficando esquecidos no tempo. Como respeito e tolerância ao outro, capacidade de negociação e diálogo, lidar com frustrações, perdas e recomeços. Capacidade de tomar decisões rapidamente e encontrar alternativas criativas.

Tudo isso, aprendendo de forma prática, através dos movimentos do corpo inteiro de forma integral, holística e plenamente lúdica.

  • Informações:  LILO DORNELES
  • Fone:  whatsapp: 45 99977 8237- facebook/lilodorneles

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Observação:

TRAZER: material de anotação. Todos devem vir com roupas e calçados esportivos e confortáveis

Nada mais sério do que uma criança brincando. (Claparede) É lindo de ver a luz que irradia do sorriso das crianças enquanto estão brincando.